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LOGAN (RESENHA)

  • Caique Santanna
  • 4 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura

Depois do primeiro trailer de "Logan" sublimemente protagonizado por Hurt de Johnny Cash, eu postei em meu Twitter que esse filme revolucionaria a maneira de fazer filmes de heróis no cinema. Temos aqui uma raridade: Um filme de herói como obra de arte.


Protagonizado pela última vez por Hugh Jackman (mais conhecido como "Homão da Porra"), James "Logan" Howlett vive na fronteira do México - sem muro - quase apocalíptica. Cuida de um idoso e doente Charles Xavier (Patrick Stewart) e trabalha como motorista particular. Um homem sem esperanças por passar pela extinção de sua raça mutante, nitidamente acabado, com seu fator de cura no limite e seu poder decrépito para lutar contra os Carniceiros e proteger Laura/X-23 (Dafne Keen), uma jovem mutante criada a partir do DNA do Wolverine.


É bom que saibam que "Logan" é um filme muito diferente do catálogo de filmes de heróis do cinema. Não espere efeitos especiais exagerados, feixes de luz, personagens caricatos ou uniformes reluzentes. Aliás, ele nem precisa de super poderes grandes pra funcionar. Ele beira um road-movie com elementos de cinema arte e até mesmo faroeste (com a referência simbólica ao memorável Shane). O +18 que o filme recebeu (Obrigado, Deadpool) o fez visceral, violento e pesado. As pancadas que Hugh Jackman levava nos fazem sentir a dor, e a resposta com suas garras nos faz vibrar. Minha adrenalina nunca foi tão alta dentro de uma sala de cinema. As cenas de ação são MUITO empolgantes e só elas valem o ingresso pela experiência. Por tanto, VEJAM NO CINEMA!


O CGI não é poluente. Pelo contrário, ele funciona pra dar realismo a cenas muito "heroicas", fazendo com que não seja nem notado. A fotografia agrada nas sequências mais fechadas e encanta nos takes de grande escala. O calor desértico e as fortes luzes na noite enaltecem o ótimo trabalho de fotografia.




Me permitam dizer que Hugh Jackman e Patrick Stewart fazem aqui as melhores atuações de suas carreiras (O primeiro se igualando a seu papel em Les Misérables). O homão da porra transmite toda falta de esperança em um homem e a dor diante aos fantasmas do passado. Stewart faz um idoso carismático até como alívio cômico, porém sendo um crime chamá-lo de alívio cômico, pois as presenças de comédia dele chegam a ser tragicômicas. É a mente mais poderosa do mundo doente, e ele faz isso de maneira impecável. Ambos destroem, merecem indicações nos Awards.


A X-23 é a coisa mais legal e empolgante do filme. Ela arrepia fazendo uma criança animalesca sem nenhuma palavra saindo pela boca. Muitas vezes me senti com vontade de proteger essa criança, mesmo sendo mais fácil eu mesmo ser protegido por ela. Porém, as falhas de iniciante são notáveis, especificamente quando ela abre a boca pra falar. Por alguns segundos a personagem me perdeu, mas ela é tão badass que me ganha até colocando um óculos escuro cor de rosa.


Os três juntos engrandecem ainda mais o filme. A relação Logan x Xavier é incrível pelo significado histórico que ela tem. Logan x Laura são excelentes como pai e filha que acabaram de se conhecer. E Laura x Xavier funciona como neta e avô. É literalmente pai, filha e avô, o filme até brinca com isso.


O Boyd Holbrook faz um vilão carismático e até temido a certo ponto. E apesar de ser um vilão não é essencialmente o único na história, pois de maneira simbólica o vilão é visceralmente o próprio Wolverine, que sempre, a todo momento, foi o vilão de Logan. Sobre a maneira que eles trabalham isso... É ESPETACULAR!


A trilha sonora foi bem diferente do que eu esperava. Depois daquele trailer com Hurt, esperávamos uma trilha sonora de filme de estrada, aquela falada, com letras diretamente ligadas ao que está acontecendo na trama. Mas temos uma trilha instrumental dramática a todo momento, pesada no ponto certo e de vez em quando, temos as esperadas musicas de road, sempre em um sinal de despedida.


Logan sem sombras de dúvidas é um filme que entrará para a história das adaptações de quadrinhos, sendo um dos melhores do gênero. É um presente aos fãs do personagem que finalmente podem ver o Wolverine completo que sempre queríamos em um filme para adultos com elementos de encher os olhos de Velho Logan. Hugh Jackman se despede do seu maior personagem de maneira linda e grandiosa. É uma homenagem que me fez vibrar e chorar no cinema, me despedindo não só de um personagem, mas também de um velho amigo. Obrigado a todos os envolvidos nessa incrível produção.


Obrigado, Logan.


INCRÍVEL

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Sobre mim

Pseudo-cinéfilo louco por filmes, séries, quadrinhos, paçoca, cheiro de bola de tênis e faz vídeos pro Youtube. Trouxe uma galerinha pauleira pra falar de cultura pop de um jeito mais INCRÍVEL e DAORA!!!

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Caique Santanna Grão-Mestre

Pseudo-cinéfilo louco por filmes, séries, quadrinhos, paçoca, cheiro de bola de tênis e faz vídeos pro Youtube. Trouxe uma galerinha pauleira pra falar de cultura pop de um jeito mais INCRÍVEL e DAORA!!!

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